A gratidão
conclui. A ausência dela rompe. O que está concluído pode partir em paz. O que
está rompido fica pendente.
O grato olha para o que recebeu. Consegue ver a realidade dos fatos, pois, o seu foco é
no que precisa aprender com cada situação. Então aprende e segue. Aquele que
rompe, olha para o que faltou. Reclama e repete. É preciso repetir o ciclo para aprender o que ficou rompido.
É por isso que arrumamos empregos parecidos, chefes com
comportamentos semelhantes, colegas que nos fazem sentir como os da empresa
anterior e assim vai. Todas as situações (especialmente as repetitivas) são uma
oportunidade de perceber algo novo e aprender. Já reparou que quando aprendemos
a resolver um problema parece que ele nunca mais volta? E frequentemente
agradecemos por muitas experiências, a princípio negativas, que em seguida nos
tornam mais capazes. É uma coisa estranha, como diz a minha sócia, dá até
raiva.
Uma vez, um cliente deu um “piti” numa reunião (quem
nunca viu um?). Bateu na mesa, gritou e quando ficou calmo concordou com o que
estava sendo proposto. Mas só quem já esteve numa reunião tensa, sabe como se
portar. Depois que saí dessa, nunca mais teve “piti”. Melhorei minha habilidade
em expor os pontos que precisam ser tratados; aprendi a dar tempo para o
cliente ouvir e compreender; aprendi que errar é válido e que sou capaz de
conduzir uma situação inesperada.
E é assim que seguimos, os novos desafios abrem os
ciclos, os aprendizados fecham. O negócio é perceber esse movimento e
compreender que "nada vai embora sem
antes ter nos ensinado o que precisamos saber". Essa frase de Pema Chödrön
é simples e bem profunda. Quando diz que nada vai embora, não se refere apenas às
pessoas que vão e vem, mas também às situações que vivemos com elas. Se saímos
de uma empresa sem concluir o que é preciso aprender ali, iremos escolher outro
emprego que nos traga essa mesma oportunidade.
Em um seminário que participei em São Paulo, vivenciei um
exercício maravilhoso com o Oswaldo
Santucci (sou fã), no qual honrávamos os nossos passos na carreira. Imagina
uma fila de gente, cada um representando uma etapa da sua carreira. É como se olhássemos
para todos os cargos que já ocupamos no passado e que nos trouxeram até aqui,
cada um com uma história, um nível de maturidade diferente na vida, mas todos
com algo a entregar para o futuro. E quando recebemos o que já plantamos e que
a vida fez florescer em nós é muito bom. Agradecer a si próprio pelo caminho
trilhado é libertador. O ciclo pode se fechar. O que é do passado fica lá; o
presente fica apoiado e o futuro é bem-vindo. Ufa, é um alívio. O coração
agradece.
Um exercício como esse, coordenado por um profissional
especializado e top como o meu professor, ensina o poder da gratidão, de olhar
a vida com olhos de abundância, de seguir em frente com alegria por todas as experiências
vividas.
Se você está infeliz no seu trabalho, experimente olhar
por esse ângulo. Como você chegou até aí? O que tem para aprender nessa empresa?
O que é possível aprender com essas pessoas que estão aí? Se a resposta for “nada”,
fique atenta (o), pode haver um rompimento por aí, pois nada nem ninguém vem
sem uma lição. Ainda assim, se estiver muito difícil perceber a parte boa do
seu trabalho atual, experimente respirar e mentalmente dizer obrigada (o) a este trabalho, ou à
situação que te incomoda. Faça isso por alguns dias e se quiser depois me conte
como se sentiu (aqui nos comentários ou pelo contato). Pode parecer estranho no
início, mas com o tempo a mente se acalma e saímos do julgamento para a
criatividade. Ficará mais fácil o aprendizado.
J
Espero que você se olhe com gratidão. Tudo o que fez até
aqui foi muito importante. O momento da carreira atual é a oportunidade
preciosa de construir um futuro realizador nesse aspecto, por isso olhe com
olhos de reconhecimento para esses desafios, eles vêm com a missão de te dizer
que você é capaz de conquistar o melhor sempre.