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Sobre Julgamentos

Estive pensando sobre o julgamento nos últimos dias. Vivo uma questão no trabalho, já há alguns anos, que sempre me intrigou, a idade. Ora sou muito nova, ora velha para as posições que ocupo. Depende do ângulo de visão. Ou da conveniência. É muito engraçado.

Eis que há algum tempo recebo uma mensagem de um aluno mais ou menos assim "Que bom que não me adicionou no Facebook, não gosto de gente religiosa, pois, afeta minha inteligência". Hahahaha. Ignorei. Mais um tempo e ele se desculpou pelo ocorrido. Foi mais fácil julgar do que me dizer que queria manter contato.

Desde então, comecei a observar esse aspecto e percebi que vemos pouco. Julgar antes de conhecer é arriscado, mas entre o certo e o real há uma distância bem relativa. E essa é uma daquelas conversas antigas que sempre são atuais.

Cheguei à conclusão de que julgamos o que não conseguimos compreender = conter em nós. Na tentativa de encontrar uma explicação acabamos por julgar. Simplesmente aceitar é mais difícil. Mais que aos outros, a nós mesmos, afinal de contas, ser o que se é dá mais trabalho do que ser o que esperam de nós.

Ok, vamos traduzir isso para o contexto organizacional.

Sore Julgamentos

Como é possível definir se uma marca é boa ou ruim, se um produto é caro ou barato? Normalmente, estabelecemos comparações para que a avaliação nos pareça adequada. Veja esse vídeo aqui, que legal! 

É tudo uma questão de percepção. Nossos julgamentos são sempre limitados às nossas experiências anteriores e/ou às experiências daqueles que nos cercam e que usamos como referência. E se isso faz sentido para você, é bom começar a pensar que muito da sua percepção da realidade possa ser apenas uma versão dela. Lidamos com as marcas do mesmo modo como aprendemos a lidar com nossos relacionamentos. Quaisquer que sejam eles. Estabelecemos comparações o tempo todo para conseguir encontrar qual é o nosso lugar em meio a tudo isso.

E como é o processo? Todos nós sabemos que sabemos o que sabemos. Calma, vamos de novo. A pessoa que sabe escovar os dentes, por exemplo, tem consciência de que possui esse conhecimento. Ela sabe que possui esse saber. Mas existem vários outros saberes em nós que nem sempre temos consciência deles. Ainda assim os danados estão lá. São as chamadas crenças, que aprendemos e utilizamos sem necessariamente ter consciência da sua atuação em nós.

Nos chamados Estudos do Caminho (Pathwork), Eva Pierrakos aborda brilhantemente esses temas e ensina um bom caminho para lidar melhor com as nossas crenças e consequentes versões da realidade.

Uma coisa que gosto de lembrar quando trato disso é que as crenças nem sempre são negativas, mas frequentemente são limitantes. Elas são fundamentais em grande parte das nossas vidas para nos ajudar a sobreviver, mas quando não fazem mais sentido e ainda insistimos em mantê-las, elas se tornam um belo obstáculo. Por exemplo, tenho alunos que por algum motivo estabeleceram desde muito cedo que deveriam ser esforçados para conquistar aquilo que desejam na vida. Costumamos aprender isso na família, pelo modo como nossos pais lidam com o trabalho. Ok, durante algum tempo essa crença os ajudou a se dedicarem a algo e foi positiva, mas agora será que ela irá ajudar? Para gente esforçada demais, as coisas costumam dar errado, afinal, elas precisam se esforçar. Assim, buscam inúmeras situações difíceis na vida profissional para que mostrem o quanto são esforçadas. Deus me livre!

Então observe o que você anda pensando sobre o seu trabalho e sobre como ele e as pessoas que fazem parte desse ambiente deveriam ser. Observe se a sua versão da realidade tem ajudado ou atrapalhado a sua carreira.

Para que tudo isso? Só para a gente ter mais noção de que de fato não sabemos tudo sobre a realidade que nos cerca. E que bom, pois, é aí que está a oportunidade do aprendizado, de haver espaço para novas coisas em nossas vidas. Por outro lado, é um lembrete para que o julgamento abra mais espaço para estar com a realidade tal qual é. Julgamentos são excludentes e é bom lembrar que sempre há algo mais a ser conhecido em qualquer situação.

E eu, sou espiritualizada (e porque não religiosa) sim.

2 comentários:

Anderson Costa disse...

Cara Tatiana,

na vida somos julgados mesmo, mas como diz a Palavra de Deus: "Não julgueis para que não sejais julgados" ou ainda "Com a medida com que tiveres medido te medirão também", no entanto prefiro a passagem que diz "o julgamento pertence ao Senhor" e como disse Davi "prefiro ser julgado pelo Senhor porque muitas são as suas misericórdias".
O Fato é que vivemos num mundo tão fútil e egocêntrico que quando as pessoas não estão no centro das atenções de tudo, assim como foram mimados na sua tenra e quase perpétua infância, se rebelam e, para se justificar, julgam as pessoas no intuito de denigri-las, a fim de justificarem suas confusas emoções. Por isso diz certo ditado: "só atiram pedra em árvore que tem fruto". Você não somente é uma pessoa carismática, bonita e dona de um belo sorriso, como também uma pessoa pública e possui uma inteligência e vivência que com certeza transcende às pessoas da sua época e tudo isso junto faz com que sua luz brilhe ainda mais. E isso com certeza incomoda alguns e causa admiração e atração a outros.
Parabéns! Ser especial é assim mesmo, em alguns momentos incomoda.
Tenho prazer em tê-la conhecido pois você acrescenta e agrega às pessoas que convivem com você.
Sucesso e Deus te abençoe e proteja, sempre!

Tatiana Parreira disse...

Obrigada Anderson! :)